O Grupo de Pacientes Artríticos do Rio de Janeiro em Petrópolis realizou em parceria com a SBR e a SRRJ nos dias 13 e 14 de julho, o Encontro Médico Social sobre Doenças Reumáticas. Ao todo foram 300 participantes nos dois dias de evento, com palestras e fóruns ministrados por médicos especialistas no assunto.
Nesta 16o Edição, o Encontro concentrou-se no diálogo entre médicos, profissionais de saúde, pacientes e familiares. Na manhã do primeiro dia, as palestras abordaram desde o posicionamento da saúde pública com relação a carência no atendimento reumatológico em tempo hábil para que o paciente receba a terapia adequada; aos assuntos mais específicos, como a osteoporose e o que fazer depois de cinco anos de tratamento.
O tema central do evento foi apresentado através da palestra ministrada pela Dra. Wanda Heloisa Ferreira, presidente do Gruparj Petrópolis que levou o grupo a repensar sobre o paciente ideal e quem é ele na vida real. “O paciente ideal é resultado de uma consulta humanizada, ou seja, não existe o paciente ideal. O que existe é um paciente que tem uma relação de confiança com seu médico e como resultado se compromete com o tratamento” destacou Dra. Wanda Heloisa.
Dra. Selma Merenlender abriu a segunda manhã com uma palestra muito instrutiva sobre o risco cardiovascular nas doenças reumáticas. Já o Dr. José Roberto Provenza, abordou com muita sensibilidade sobre a Fibromialgia, com relação ao corpo, mente e os caminhos para o controle. “A doença muitas vezes é desconsiderada por familiares e alguns médicos; não é diagnosticada por exames de imagem ou laboratoriais, mas é real”. Segundo Provenza a maior incidência da fibromialgia está entre as mulheres, “talvez pela sua sensibilidade, mas também por causa da pressão resultante dos desafios sociais e culturais que a mulher tem enfrentando ao logo da história”.
A psicóloga Geralda Sá foi quem fechou as sessões de palestras, falando sobre Depressão e espiritualidade.
Fóruns de debates
A novidade desta edição do Encontro Médico Social foi o fórum de debates amplificando e dando voz aos participantes. O impacto das doenças reumáticas na família, tema que abriu o primeiro dia de Fórum, foi abordando sob aspectos da saúde física, econômico-financeiro, emocional, social, educacional e espiritual, na perspectiva da reumatologia, terapia ocupacional, psicologia, profissional da saúde pública e da pessoa com patologias reumáticas.
O último dia de Fórum abordou um tema altamente discutido no meio da saúde pública e privada, a relação médico-paciente. O debate concentrou-se na comunicação, responsabilidade compartilhada e adesão ao tratamento. Foi amplamente discutido sobre a necessidade da empatia do médico ou profissional de saúde com as pessoas durante as consultas para construir uma relação que resulte na adesão ao tratamento. Assim como foi ressaltada a importância do empoderamento do paciente para garantir um atendimento adequado e completo. “Não se deve sair insatisfeito de uma consulta. Quando o médico não oferecer um atendimento adequado, o paciente deve confronta-lo gentilmente, sobre sua conduta e insistir em tirar suas dúvidas. Essa é uma forma de fazer o profissional repensar sobre sua postura e até mudar de atitude com relação ao atendimento” reforçou a Dra. Blanca Elena Bica.
O Fórum foi encerrado com um pensamento unanime dos profissionais e de todos os presentes: “quando o assunto é a relação médico-paciente não há como acontecer se não tiver um processo humanizado e um profissional que exerça a profissão por vocação e amor”.